A Força das Sentenças



Sinopse

O reputado professor Penedo Quental é diagnosticado com a doença de Alzheimer pouco tempo depois de perder a esposa. Como homem habituado a uma série de rotinas, incluindo a ambição pela escrita, vê-se obrigado a mudar de casa e de ritmos, a adotar um cão e a lidar com uma cuidadora problemática.

Na primeira pessoa, descreve os duelos da enfermidade com um olhar sarcástico e em estado de negação. Mas ao experimentar uma cama de rede que surge misteriosamente no próprio quintal, viaja para o passado e revive as memórias que tem horror de perder. Ou será que não são memórias?

A Força das Sentenças é um olhar descontraído sobre o fardo do diagnóstico e dos seus rótulos na sociedade atual. Sugere uma profunda reflexão sobre a importância da memória na nossa definição de individualidade.


Ficha técnica

Título: A Força das Sentenças
Revisão: Miguel Cardoso Pereira
Paginação: Maria João Gomes
Capa: Vera Braga
Foto do autor: Luís Godinho
Distinções: Prémio Manuel Teixeira Gomes

1.ª edição: novembro de 2023
Reedição: abril de 2024
ISBN: 978-989-577-077-9

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Recensão crítica

“Distinguida por unanimidade pelo júri pela atualidade do tema, pela originalidade, pela criatividade e pela linguagem metafórica. (…) Este livro é de um tremendo realismo. É um convite à sensibilidade do leitor perante um tema que se expande num movimento crescente. (…) Um narrador autodiegético, exímio em descrever, envolver e estimular a progressão do processo narrativo. (…) Leva-nos a lugares de intensidade interior e de interpelação mental. Uma obra marcada pela subtileza. (…) É metódico, silencioso e, principalmente, silenciador, como um apagador dos quadros de giz das escolas da nossa infância.”
~ Júri do Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes 2023

“A força do livro de Almeida Maia também reside no poder de consolidar ou desconstruir preconceitos e estereótipos relacionados com a doença. (…) Constrói um percurso profundamente introspetivo, onde o apagamento progressivo da memória se transforma em protagonista. (…) Convida o leitor a uma reflexão profunda sobre a condição humana, a efemeridade da vida e a força transformadora da narrativa.”
~ Susana L. M. Antunes [texto completo]

A Força das Sentenças, de Pedro Almeida Maia, é mais uma obra deste grande escritor açoriano, uma novela já premiada que absorve a atenção do leitor da primeira à última página.”
~ Carlos Melo Bento

“Uma novela de particular interesse para a literatura e para a neurociência. (…) Páginas de tocante humanidade. Uma reflexão sobre o sentido da vida e questionação do destino do homem no palco do mundo. (…) Escrito com fluência narrativa, grande espessura evocativa e uma muito atenta observação do humano. (…) Pedro Almeida Maia vai continuar a levantar os véus da alma humana.”
~ Víctor Rui Dores [texto completo]

“Um texto muito bem estruturado (…), numa cadência equilibrada, que envolve o leitor, retendo-o na leitura. (…) Nunca revela uma atitude paternalista e expõe ao leitor a doença em toda a sua severidade. Culmina com o brilhantismo de um Epílogo que terá, forçosamente, de inculcar diversas questões sobre a nossa própria existência.”
~ Telmo R. Nunes [texto completo]

“Um jeito solitário de viajar por suas memórias, a emigrar para dentro de si, quiçá em busca de sonhos perdidos.”.
~ Lélia Pereira Nunes [texto completo]

“Irresistível, viciante, feito de sensibilidade e angústia. Mais um triunfo do Pedro Almeida Maia desde o coração do Atlântico.”
~ Luís Filipe Borges

“Ler a narração do Professor é uma montanha-russa de emoções. Se num parágrafo soltamos gargalhadas fáceis, logo a seguir sentimos que levamos uma facada de realidade sobre o que é viver com um prazo de validade da nossa memória. (…) Apesar de ser um livro pequenino em tamanho, tem uma história gigante.”
~ Brenda Cabral [texto completo]

“Excecional e perturbador.”
~ José Alfredo Ferreira Almeida

“É um balancear entre abraços imensos e murros no estômago, alertando-nos para o que somos e para o que a vida nos pode trazer. (…) Um hino à vida e uma lição de humanidade. (…) Mais um exemplo de como a escrita de Almeida Maia é forte.”
~ Malvina Sousa

“Tendo como tema uma situação de doença irreversível não é, contudo, uma narrativa misericordiosa, poderá ser esclarecedora e até didática para quem cuida (família ou instituições), mas não assume, em momento algum, um caráter de comiseração nem induz, outros sentimentos, que não sejam de respeito por quem é vítima da doença e por quem cuida. A narrativa é crua e dura sem ser indiferente ao drama que se abateu sobre um reformado professor e homem de Letras que continua a escrever como terapia para retardar a evolução da doença. (…) A estrutura e a construção narrativa aliciam e a leitura flui como um rio para a foz.”
~ Aníbal Pires [texto completo]

“O desenrolar da narrativa é avassalador. Por um lado, obriga o leitor a fazer pausas para refletir mas, por outro, impele-o a continuar a leitura, espicaçado pela curiosidade de descobrir o que vai acontecer. A questão da memória está presente em cada página do livro; logo nas primeiras vamos assistindo às consequências do seu empalidecer acelerado. (…) Do princípio ao fim, o romance mostra a importância da memória na constituição da identidade pessoal. A identidade do ser humano, como mostrou Paul Ricoeur, é uma identidade narrativa, para o que a memória tem papel fundamental; a sua desintegração traz consigo a derrocada da própria identidade da pessoa. O doente/narrador vai descrevendo o esmorecer da memória, percebendo que a cadeia das recordações se desorganiza, saltando de lembrança em lembrança sem articulação. O mundo vai-se desmoronando à sua volta.”
~ José Henrique Silveira de Brito [texto completo]

“Pedro Almeida Maia tornou-se nos últimos anos um dos mais distintos escritores açorianos, e não só da sua geração. O tema que conduz a ficção de A Força das Sentenças é-me caro de mais para que eu sobre ele escreva – por enquanto. Não queria correr o risco das minhas palavras se meterem por entre as de uma obra de arte literária cuja representação continua a ser-me dolorosa.”
~ Vamberto Freitas [texto completo]