Aqui há selo

Depois de abrir várias portas — e também pórticos intransponíveis —, eis que a literatura rasga agora uma janela e deixa desaguar a frescura do ar livre. Que melhor liberdade se pode abonar a um livro senão deixá-lo partir? Que destino mais espairecido existirá senão a dádiva de um par de asas?

CTT O Meu SeloDepois de abrir mão da obra, do texto, das palavras, o escrevente almeja chegar mais longe, como se fosse ele o dedo esticado retratado numa “Criação de Adão” de Michelangelo, deseja romper fronteiras, desbastar caminho, e a cada passo sente-se mais próximo: do outro lado, do leitor, do crítico, do silencioso, do apreciador, e até mesmo do desgostoso.

A porta que se abre hoje é afinal um portal, um portentoso elo com o mundo civilizado dominado por emails e redes. Escancarou-se graças aos CTT, os pombos-correio deste país de exploradores lusitanos encantadores, que se fizeram encantar pelo canal e pelo bom tempo em faz-de-conta que por lá fazia. E é assim que a capa maravilhosamente orquestrada pelo brother das artes ganha vida própria, ganha asas: é um selo! Sim, um selo que irá percorrer o mundo à moda antiga, sabe-se lá até quando, até onde, como ou ao lado de quem. O que interessa é que ele agora é livre.

Publicado por Pedro Almeida Maia

http://www.almeidamaia.com/

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