Perto de uma qualquer cama de maternidade, ouvem-se comentários como “tem o nariz da mãe, mas os olhos são todos do pai”. Antes de nascerem os bebés, é comum fazerem-se estimativas, previsões. No entanto, ver o filho nos braços é sempre diferente do que na ecografia.
No decorrer dos meses investidos na escrita deste novo capítulo, também imaginei como viria a ser a cara dele, se parecida com alguma coisa ou lugar. Julgo que a sensação é mais facilmente percebida por quem escreve e tem a sorte de publicar: deixa-se verter o sangue da inspiração, dá-se-lhe um nome e espera-se pelo parto. Este Capítulo 41 acabou de nascer. Apesar de só poder sair à rua aos dez dias de Setembro, já se pode apreciar e especular. Graças à capa.
Deixo uma verdadeira vénia à simpatia e disponibilidade dos elementos do Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva, que tão gentilmente cederam o traje da mulher de Capote e Capelo, e que mostraram a sabedoria de quem vive e respira a cultura açoriana. Um agradecimento à Catarina Pires por ter suportado a sessão fotográfica dentro das vestes abafadas e por ser sempre tão prestável e amiga. O trabalho dos brothers Tiago e Miguel, um na fotografia e outro na visionária criação, transformaram esta capa numa verdadeira obra-prima, pelo menos aos meus olhos. É o fruto que se colhe quando se semeia e rega uma verdadeira irmandade.
Quanto ao simbolismo, deixo o prazer da descoberta aos leitores.