Os últimos meses têm sido invulgares, como se vivêssemos numa distopia inescapável. Os abraços foram substituídos por acenos, os sorrisos são agora píxeis num ecrã. Tal como inumeráveis eventos culturais do mundo inteiro, também o Azores Fringe Festival padecia de um provável adiamento, quiçá anulação — e, com ele, o encontro literário Pedras Negras.
Porém, graças à perseverança que a diferencia, a MiratecArts puxou do amor pelas artes, a mesma paixão que leva Terry Costa a galvanizar os Açores, e migrou para o digital. O desafio foi lançado e uniram-se as forças necessárias ao empreendimento. Em várias áreas, novos formatos emergiram, conceitos inovadores vingaram. No segmento da literatura, nasceu então a rubrica “Conversas com Escritores”.
As conferências por videochamada tornaram-se uma estranha tendência invasiva, uma apropriação da propriedade privada e das estantes de uns e de outros, mas formaram simultaneamente uma teia que uniu os alheios — no caso das programações culturais, uma espécie de rede circense.
Estes diálogos on-line que contaram com doze escritores MiratecArts, uma amostra do seu imenso catálogo de artistas, formaram a malha dos amantes da escrita e mantiveram viva a emoção da partilha. Valeu a pena. Obrigado pelo convite para esta aventura.
Para os que não puderam assistir, ou desejem rever, podem aceder à página do Facebook da MiratecArts ou ao Instagram de Almeida Maia.